11 agosto 2011

"eu segurava a mão do américo, na verdade, e ele deixava-se comigo um segundo mais e era como eu achava que minhas forças se esgotavam. segurava na mão dele e era ínfimo o gesto mas tremenda a energia, julgava eu que suficiente para, pela raiva tão grande, punir o imbecil do meu coração que permanecia batendo à revelia dos meus mais dilacerantes sentimentos. o américo depois largava-me e dizia, não se preocupe, senhor silva, vai ficar bem. e eu aquietava-me e cansava-me que todos me disessem tal coisa e eu quisesse urgentemente outra. não me digas isso rapaz, fala-me na morte, no fim de todas as horas, conta-me o que sabes sobre como sair daqui, sobre quem já foi, quem conseguiu descobrir como salvar-se de sofrer. fala-me dessas coisas por piedade, rapaz, não me cures, não me digas que vou estar aqui amanhã, não quero estar em lugar nenhum amanhã, não entendes isso. e ele respondia-me, não chore assim, senhor silva, assusta-me. e eu chorava, tão transparente quanto aflito, e pedia-lhe que tivesse a piedade de manter-me sentado, porque às vezes sentia que me levantaria num repente e, em pânico, magoaria quem viesse à frente."

completamente emocionada. ainda no livro de v. hugo mãe

Um comentário:

Anônimo disse...

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