04 janeiro 2016

na mente, sentido leme

a caravana segue enxuta, com um quórum significativo e potente, porém menor. não há problema agora. todos eles passaram – e, hoje, reluzem à sombra do quase-esquecimento e das memórias indeléveis. foda-se.

de vestido e pernas cruzadas respondo às questões do analista, sempre abertas. minhas respostas são longas. teimo em afirmar meus “quase 30”, mas ainda estou na casa dos 20. tento também não nomear o gado, mas a história fica confusa. vez ou outra repito o perfil da vítima.

– quem tira o seu sono?

– ninguém.

e se insistentemente vem à mente cheiros, nomes e horrores, pego um papel toalha e um veja, saio limpando qualquer coisa, acendo um cigarro. bem tranquila prum biótipo astral áries em leão. dá até orgulho.

esse recibo não assino. só pra ele, que me pega desprevenida em lágrimas, aterrorizada. pra ele, sim.

rezo mentalmente: vamos ali no BRS 3 pegar o 472 sentido praia do leme.

e se na noite anterior levantei de supetão dum sonho ruim, foi prazer total ver o céu ir do escuro ao lilás. enrolada no cobertor em pleno verão. são paulo é bipolar.


eu sigo em frente. e vou a pé só pra apreciar o caminho.