26 outubro 2010

que o amor nos traga boas notícias

nem o ano acabou
e já me vejo contabilizando
pensando em perdas e ganhos
em todo o amor, medo, zelo
em como aumentou o preço do cigarro
do ônibus
em como são paulo ficou cara de se viver nos últimos tempos

e

cinza e a cores / cinza e a cores
a mudança climática mais honesta
que vivi



não tenho escrito aqui porque me afastei, de fato. comprei um caderno sem pautas, com uma capa de tecido e lá escrevo meus poemas, rascunhos e etc. mesmo com toda a dificuldade que sempre tive ao ler minhas coisas. pela primeira vez na vida escrevi sem comprometimento. apenas comprei. sem saber se me faria bem ou mal. ônibus, cama, lugares. levei o bonitinho comigo em viagem ao nordeste, mas sequer pensei em abrí-lo. não gosto de escrever rodeada de gente. simplesmente não me inspiro. o momento de escrever é solitário. como agora. com headphones e com meu amor dormindo ao lado. em paz. no escuro. às vezes com música. às vezes com a cabeça limpa, numa espécie de meditação. gosto assim. eu ultimamente tenho agradecido muito a deus e rezado de um jeito novo. inovador para uma ex-atéia. descobri que não há vida sem fé. não há nada. há um vazio que regurgita sempre que pode, uma bílis amarga e dolorida. por isso rezo a deus e a natureza. não peço nada que não seja sabedoria e saúde. não peço coisas materiais, não peço graças. peço apenas força e esperteza. me viro com o resto.


foi/é
tudo
róseo
alaranjado
tons maravilhosos


rezar
rezar
para que o amor
nos traga
boas notícias