25 novembro 2009

aos prantos. assistindo vídeos de adoniran barbosa, tonico e tinoco, demônios da garoa. pensando em minhas raízes, revendo o que sou hoje, lembrando com amor da mooca, a saudosa maloca que me deu asas. penso em minha família e no tamanho que o mundo tinha. lembrando do sítio de meu tio, das intermináveis modas de viola durante os fins-de-semana. pensando em meus pais - ainda jovens, cheios de vida! - e em tantos carros velhos que tivemos. todos, absolutamente, tinham um só apelido: possante! e enfrentavam a estrada até biritiba mirim, onde um pedaço de terra nos abrigava. ah, e a mooca, a mooca. o samba, os botecos, o parmêra. passeios de carro com papai pelo brás e pari. e essa sensação engasgada de choro, de saudade doída. de realizar que cresci, que criei cascas, que o mundo mudou. que meus irmãos não fazem cerol, não empinam pipa, não usam boné pra trás, não são magrelos, não são mais meninos. não nos socamos mais por causa de um singelo toddynho, não vemos a sessão da tarde. não moro na mooca. não sou criança. o sítio foi vendido.


é uma dor que, agora, me faz contemplar o essencial.


"E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida"

21 novembro 2009

Alvorada

a televisão diz que vai chover. não há comida nas panelas, mas há louça suja. o tempo lá fora soa nórdico e o que ocorre está velado - mas desta vez estou disposta a alimentar os bichos.



tenho em meu peito a aurora das sensações.




não há caminho.......



nem pessoas, nem almas



nem placas


não há nada além do terror banal


enquanto estoura no asfalto o calor do mundo.




vão dizer o quê?


que o universo está sem alma. que existe, hoje em dia, somente a carne. já seca e já velha. a carne que não reage.



digam.



DIGAM!



pois sou ainda a cores
frente ao meu singelo background branco.


e o pattern que escolho é o conjunto de cicatrizes que, com amor, colecionei.


classicamente. à moda antiga.








necessária.
suficiente.
mãe das situações.




hoje, contesto: falho?



falto?




tomo um longo banho. canto alguma coisa sem sentido no inglês que sei. me deito ainda com fome. e dormindo espero a alvorada.

10 novembro 2009

cansaço, flores / cansaço, flores / cansaço, flores
cansaço, flores / cansaço, flores / cansaço, flores
cansaço, flores / cansaço, flores / cansaço, flores
cansaço, flores / cansaço, flores / cansaço, flores
cansaço, flores / cansaço, flores / cansaço, flores
cansaço, flores / cansaço, flores / cansaço, flores
cansaço, flores / cansaço, flores / cansaço, flores
cansaço, flores / cansaço, flores / cansaço, flores

08 novembro 2009

vem a chuva na hora de dormir.


dá uma saudade braba..