21 abril 2009

alguns sentimentos são detestavelmente ambíguos (a palavra 'sentimento' me causa verdadeira náusea). não desejo pensar em nenhum deles. nem agora nem daqui uns dias. nem nunca. a real é que me falta saco pra corda bamba. envelheço e realizo que a busca por estabilidade mental torna-se inerente ao corpo. é preciso calcular o dinheiro até o fim do mês, planejar horas de sono, calcular o nível de inspiração, colher margaridas que nascem do ralo, pesquisar a nova regra ortográfica. todo e qualquer espaço a cada 60 minutos torna-se um pedaço furta-cor de vida orgânica.


eu quero um descanso
um recesso
um leito num soneto.




foi mandando um recado à pazmentalidade; posso queimar um cigarro antes do sono. aquele sono onde se dorme e se descansa e se acomoda devagar, em ronronos, tal qual um filhote ao peito da mãe.

3 comentários:

sara castillo disse...

eu tou te seguindo.

george jung disse...

você é toda poetiza-fofinha que eu sei. margaridas nascendo do ralo foi lindo! quase tanto quanto filhote no colo..

Iale Camboim disse...

oi? :D
muito bonito. dá vontade de voltar ao ventre materno e assim ter um sono desses.