29 agosto 2011

um som da rua entra pela janela
um metrônomo
meus pés, deitados, doem relativamente pouco
mas foi porque andei

a noite está quente
e noites quentes me inspiram a escrever
muito embora a rotina tenha me consumido um pouco a poesia
tenho preferido a poesia alheia do que a minha própria

mais do que a literatura
tem me apetecido o teatro
vozes impostas
ah
lágrimas merecidas

persigo o escuro
como um bicho cego pela noite
respiro o anúncio da primavera
e me doo
ao lado prático da metafísica
com parcimônia

pois assim fica bom

e quiçá equilibrado

assim

com parcimônia

enquanto o taximental passeia pela cidade à noite

sorrindo

um sorrisinho

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