pegarei o ônibus, estará lotado, todos com suas caras-de-cu, centrados em seus fones, todos estarão cansados, silenciosos e tristes, uma tia gorda comerá algo que impregnará o busão, uma gostosa usará seus pontos tim pré-pago pra falar com sua amiga baranga e contar (alto) todos os detalhes do armazém da vila, um vendedor falará bem de um chocolate xumbrega e usará sua má sorte para me emocionar, comprarei o chocolate xumbrega, realizarei que, de fato, é uma bosta mas... nada, de fato, me importará.
estou em meu itinerário;
um gigante mapa, sem direções, um mapa em branco.
chega o lapa laranja. subirá a teodoro.
enxaqueca heavy metal, tomarei três aspirinas que de nada adiantarão, minha chefe estará com aquele humor do cão, onde se esquece o nome de seu subalterno e ele, instantaneamente, torna-se um grande pedaço de merda que você pode mandar e desmandar, foda-se, o subalterno num dia como hoje não tem sentimentos, nem problemas, nem teve uma noite ruim de sono, ele é seu saco de pancadas e foda-se, ya basta.
hoje terei uma crise de solidão, na qual me acharei um grande nada, não acreditarei no amor, não torcerei pela paz, desejarei que jorge ben e seu positivismo frequentem a casa do caralho, sofrerei até o último minuto do dia, dado momento este em que colocarei minha pesada cabeça ao travesseiro e me depararei com uma enxaqueca do cacete que irá me tirar o sono, portanto, dormirei tarde, acordarei cedo, trabalharei pra caralho e assim seguirá em frente uma rotina de cansaço, dissabor e desamor.
ciclos
cílios
círculos
but i swear... i do believe in john lennon.
nós, brasileiros, possuimos boas expressões. por exemplo: tá foda.
2 comentários:
foda ein, débora. essa é a palavra certa.
uso correto de vírgula é um troço que.. não sei.. me desprendi nesse texto.
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