enquanto isso / em quanto / isso / encanto / é / isso / wilson
te ligou
ligou para falar bostas
asneiras
demências
[você não deveria ouvir]
ligou porque sozinha e debilitada
quis ligar
pra te infernizar um pouco
pra te impingir
sozinha e louca
te ligou
num imbróglio
numa noite gélida
te ligou
sem roupas
triste
te ligou
31 julho 2011
30 julho 2011
25 julho 2011
strolling the hills
martha
e camisas estampadas sobre o cobertor felpudo
ossos
narinas
o que temos?
mãos
braços
amor
coisas
piadas
café
jack daniels
pobres
porém, há cigarros
são franceses
martha graham
grace slick
alguma poesia
cadernos
revistas atrasadas para ler
telefone
internet 3g
cigarros
roupas quentes
velhas e feias
contos de inverno
algum secume
em algum momento
mas
a vida corre
os pássaros se protegem do frio
kisses on the run
e camisas estampadas sobre o cobertor felpudo
ossos
narinas
o que temos?
mãos
braços
amor
coisas
piadas
café
jack daniels
pobres
porém, há cigarros
são franceses
martha graham
grace slick
alguma poesia
cadernos
revistas atrasadas para ler
telefone
internet 3g
cigarros
roupas quentes
velhas e feias
contos de inverno
algum secume
em algum momento
mas
a vida corre
os pássaros se protegem do frio
kisses on the run
21 julho 2011
reais #1
a paz que existe no sorriso do velhinho sentado no primeiro banco do ônibus
em seu colo uma cestinha com a placa
cocada R$1,50
em seu colo uma cestinha com a placa
cocada R$1,50
dirtiest
o homem-queijo / a mulher-bala / a noite-beijo
--
solturas corporais
tal qual o cara... eu já nem me lembro seu nome
apenas que usava calça branca da levis
tomava uísque enquanto lia a playboy numa padaria da mooca
embora bom partido, era celibatário
pra tristeza das moças do bairro
--
eu aqui
com john coltrane
e uma necessidade assustadora de escrever qualquer bobagem que seja. obviamente a infância me ronda. a infância sempre me ronda.
--
solturas corporais
tal qual o cara... eu já nem me lembro seu nome
apenas que usava calça branca da levis
tomava uísque enquanto lia a playboy numa padaria da mooca
embora bom partido, era celibatário
pra tristeza das moças do bairro
--
eu aqui
com john coltrane
e uma necessidade assustadora de escrever qualquer bobagem que seja. obviamente a infância me ronda. a infância sempre me ronda.
18 julho 2011
ZILA MAMEDE
trecho apaixonante, retirado do site memória viva:
Zila nasceu em 1928, em Nova Palmeira, Paraíba, onde viveu “até cinco ou seis anos de idade” indo ao roçado do avô “comer melancia, tomate, cereja, um tomate pequeno que brotava no mato”. A família de seu pai era de Caicó, Rio Grande do Norte; o avô materno, de Jardim do Seridó, também no Rio Grande do Norte. “Por coincidência, todos foram morar em Picuí, Nova Palmeira e Pedra Lavrada”. As famílias se encontraram em Nova Palmeira, onde ela nasceu.
Ainda pequena, muda com a família para Currais Novos (RN), onde o pai monta uma máquina beneficiadora de algodão. Menina do sertão, o mar viria a ser uma forte presença em sua poesia. A primeira vez que o viu foi por volta dos doze ou treze anos, aquela coisa “balançando de um lado para o outro, uma coisa que eu jamais havia visto”:
“- Meu pai, isso é o mar?
Ele disse:
Não. Isso é um canavial”.
Estavam em um Ford 39, a caminho de Recife, onde ela finalmente veria o mar.
Zila nasceu em 1928, em Nova Palmeira, Paraíba, onde viveu “até cinco ou seis anos de idade” indo ao roçado do avô “comer melancia, tomate, cereja, um tomate pequeno que brotava no mato”. A família de seu pai era de Caicó, Rio Grande do Norte; o avô materno, de Jardim do Seridó, também no Rio Grande do Norte. “Por coincidência, todos foram morar em Picuí, Nova Palmeira e Pedra Lavrada”. As famílias se encontraram em Nova Palmeira, onde ela nasceu.
Ainda pequena, muda com a família para Currais Novos (RN), onde o pai monta uma máquina beneficiadora de algodão. Menina do sertão, o mar viria a ser uma forte presença em sua poesia. A primeira vez que o viu foi por volta dos doze ou treze anos, aquela coisa “balançando de um lado para o outro, uma coisa que eu jamais havia visto”:
“- Meu pai, isso é o mar?
Ele disse:
Não. Isso é um canavial”.
Estavam em um Ford 39, a caminho de Recife, onde ela finalmente veria o mar.
demência has arrived
senhoras e senhores,
pintamos as paredes da casa. somos móveis. somos táxis mentais que circulam pela cidade suja. pães bolorentos não terão suas vidinhas facilitadas. agradecemos a compreensão.
A DIRETORIA
organização desgovernamentada sem fins lucrativos débora lopes
pintamos as paredes da casa. somos móveis. somos táxis mentais que circulam pela cidade suja. pães bolorentos não terão suas vidinhas facilitadas. agradecemos a compreensão.
A DIRETORIA
organização desgovernamentada sem fins lucrativos débora lopes
sobre pessoas
em certo momento da vida as pessoas desaprendem a lidar com humanos.
elas passam a lidar com gado.
elas passam a lidar com gado.
não
são
queixas
não
são
deixas
é somente
um
horizonte
contraído
de menino
lá
quando
deu-se
fez-se
ralou-se
o queijo
agora
moído
a cair
em tempestades
por cima
do
meu
macarrão
são
apenas
meus versinhos
coisa tímida
de menina
é
somente
o
meu
secume
um verso
torto
santo
e
torpe
uma
atroada
uma
topada
com
a
cara
na
tampa
quente
da
panela
são
ossos
reciclados
ócios
bem
muito
muito
bem
bolados
é somente
uma fumaça
lá longe
por trás
do trem
que vai embora
nessas linhas
queixas
não
são
deixas
é somente
um
horizonte
contraído
de menino
lá
quando
deu-se
fez-se
ralou-se
o queijo
agora
moído
a cair
em tempestades
por cima
do
meu
macarrão
são
apenas
meus versinhos
coisa tímida
de menina
é
somente
o
meu
secume
um verso
torto
santo
e
torpe
uma
atroada
uma
topada
com
a
cara
na
tampa
quente
da
panela
são
ossos
reciclados
ócios
bem
muito
muito
bem
bolados
é somente
uma fumaça
lá longe
por trás
do trem
que vai embora
nessas linhas
17 julho 2011
poesia é bobagem
tem que ser mais fluente
pensei
tem que ter mais ginga
uma coisa assim
que sai
sem ser parida
que hoje
discuti marx com meu irmão
e discuti a revista veja com meu pai
discuti sem nenhuma poesia
(de minha parte)
pois poesia é pedra
nasce torta
cuspida
doa-se a dúvida
tomei pra mim essa coisa maternal
essa nuance
com a possibilidade
de exalar
um cheiro de anjo
e é errado
é erradíssimo
além do mais
devo lhe dizer
que odeio
mortalmente
o barulho dos aviões
a passar
por cima de minha cabeça
e minha casa

a arte acima pertence a mo toledo, artista plástico
filho de amélia toledo, artista plástica
que é mãe de ruth toledo, artista plástica
que é ex-mulher do meu ex-chefe du ribeiro
que é fotógrafo
além de ser uma pessoa maravilhosa
pensei
tem que ter mais ginga
uma coisa assim
que sai
sem ser parida
que hoje
discuti marx com meu irmão
e discuti a revista veja com meu pai
discuti sem nenhuma poesia
(de minha parte)
pois poesia é pedra
nasce torta
cuspida
doa-se a dúvida
tomei pra mim essa coisa maternal
essa nuance
com a possibilidade
de exalar
um cheiro de anjo
e é errado
é erradíssimo
além do mais
devo lhe dizer
que odeio
mortalmente
o barulho dos aviões
a passar
por cima de minha cabeça
e minha casa

a arte acima pertence a mo toledo, artista plástico
filho de amélia toledo, artista plástica
que é mãe de ruth toledo, artista plástica
que é ex-mulher do meu ex-chefe du ribeiro
que é fotógrafo
além de ser uma pessoa maravilhosa
16 julho 2011
Você demora, amor
Os fios de cabelo são castanhos e tocam, estrategicamente, os ombros - que neste momento estão nus, a espera do vestido azul marinho. Os sapatos também já foram escolhidos. São vermelhos, recém comprados em um brechó ao lado de uma loja de roupas para travestis no Baixo Augusta. O dedinho do pé direito está um pouco machucado e para encarar o sapato "novo", ela reveste a pele com uma pomada cicatrizante e em seguida fixa, delicamente, um band-aid. Os gestos são todos leves, assim como sua alma, que vive um dia de paz.
Escova os dentes balançando a cabeça ao som de uma música imaginária. Ah, é verdade, ela pensa, essa é a música do filme que vi ontem. Enquanto isso, ao espelho, sabe que está bonita e que nenhum homem resistiria ao caimento do vestido que, embora deixe-a com um aspecto de menina, mostra suas pernas, que são de mulher. Seus olhos castanhos parecem duas amêndoas densas, profundas, capazes de guiar qualquer ser masculino ao mais terrível dos infernos.
Hidrata a pele do rosto e começa as escolher as cores da maquiagem. Nos olhos, opta pelo preto, clássico, esfumaçado e muito rímel. Nas bochechas, um tom delicado de laranja a deixa com um aspecto natural de verão. Um batom cor de boca, apenas para hidratar os lábios e está pronta.
Cogita ir ao espelho grande e desiste. Sem nada mais para fazer, passa a fustigar sua mente com pensamentos ruins pois sabe que neste exato momento, ali, pronta, sozinha no apartamento, depende de um único homem. Um homem que virá buscá-la para tirar suas roupas e fazerem amor.
Retira, agora sem a delicadeza de antes, uma maçã da fruteira e morde-a com violência. Está com raiva. Tem a certeza da dependência e este simples fato lhe dói e ofende. Além do mais, ama-o com toda sua loucura, todas suas razões e desrazões. Quer vê-lo, quer fazer amor violentamente. Espera que ele rasgue seu vestido e suas roupas íntimas. Começa a pensar em muitas coisas e já desconhece a mulher cheia de paz que parecia ser minutos atrás. Ele está atrasado.
Anda pelo apartamento atormentada. Já tirou o sapato e seus pés estão com as solas pretas. O olho direito deixa escapar uma lágrima raivosa, estragando parte da maquiagem. Fios de maçã se instalam em seus dentes. Está triste. Triste e um tanto adoecida. Está decepcionada. O telefone não tocou, não há recados, sinais. Tem vontade de sair na rua e dizer a qualquer homem "me coma" só para não perder a viagem, o vestido e o tempo gasto com a maquiagem.
Deita na cama e levanta o vestido azul marinho, triste e lasciva. Com as coxas à mostra, esfrega o corpo no colchão e usa os quadris com ritmo. Vai fundo em si mesma. A cabeça, desesperada, para um lado e para outro. E prestes a chegar ao fim, quando sente-se livre e já nem pensa nele, toca a campainha.
Escova os dentes balançando a cabeça ao som de uma música imaginária. Ah, é verdade, ela pensa, essa é a música do filme que vi ontem. Enquanto isso, ao espelho, sabe que está bonita e que nenhum homem resistiria ao caimento do vestido que, embora deixe-a com um aspecto de menina, mostra suas pernas, que são de mulher. Seus olhos castanhos parecem duas amêndoas densas, profundas, capazes de guiar qualquer ser masculino ao mais terrível dos infernos.
Hidrata a pele do rosto e começa as escolher as cores da maquiagem. Nos olhos, opta pelo preto, clássico, esfumaçado e muito rímel. Nas bochechas, um tom delicado de laranja a deixa com um aspecto natural de verão. Um batom cor de boca, apenas para hidratar os lábios e está pronta.
Cogita ir ao espelho grande e desiste. Sem nada mais para fazer, passa a fustigar sua mente com pensamentos ruins pois sabe que neste exato momento, ali, pronta, sozinha no apartamento, depende de um único homem. Um homem que virá buscá-la para tirar suas roupas e fazerem amor.
Retira, agora sem a delicadeza de antes, uma maçã da fruteira e morde-a com violência. Está com raiva. Tem a certeza da dependência e este simples fato lhe dói e ofende. Além do mais, ama-o com toda sua loucura, todas suas razões e desrazões. Quer vê-lo, quer fazer amor violentamente. Espera que ele rasgue seu vestido e suas roupas íntimas. Começa a pensar em muitas coisas e já desconhece a mulher cheia de paz que parecia ser minutos atrás. Ele está atrasado.
Anda pelo apartamento atormentada. Já tirou o sapato e seus pés estão com as solas pretas. O olho direito deixa escapar uma lágrima raivosa, estragando parte da maquiagem. Fios de maçã se instalam em seus dentes. Está triste. Triste e um tanto adoecida. Está decepcionada. O telefone não tocou, não há recados, sinais. Tem vontade de sair na rua e dizer a qualquer homem "me coma" só para não perder a viagem, o vestido e o tempo gasto com a maquiagem.
Deita na cama e levanta o vestido azul marinho, triste e lasciva. Com as coxas à mostra, esfrega o corpo no colchão e usa os quadris com ritmo. Vai fundo em si mesma. A cabeça, desesperada, para um lado e para outro. E prestes a chegar ao fim, quando sente-se livre e já nem pensa nele, toca a campainha.
14 julho 2011
coisas de bairro
despreocupei
seis horas: ok.
as pálpebras sempre resistem
--
ouço gemidos pela janela
achei que fosse um travesti
depois concluí ser uma mulher
eu não sei o que tem neste quarteirão.
já vi de tudo:
um apartamento pegar fogo;
um fio elétrico se estrebuchar e depois derreter um táxi;
há também uma ratazana noturna que emite sons
sons malucos
e sempre que ela emite esses sons eu vou pra janela
observo-a comendo o lixo da calçada
e fico pensando que a natureza dos ratos é nojenta
a rapidez, o rabo
embora eles não tenham culpa;
num outra noite, ouvi uma menina chorando desesperadamente, loucamente
chorando pra caralho
sentada na calçada
passando mal de tanto chorar
até que uma senhora, preocupada, parou o carro e perguntou se podia levá-la pra casa
era tarde da noite já
fiquei na janela observando, não podia fazer muita coisa
a menina disse que não queria
que alguém de sua família estava a caminho
um segurança se aproximou e pediu que ela ficasse perto dele
já que "a rua é perigosa"
ela o seguiu
chorando
e eu fiz o que melhor sei fazer
que é observar
--
esses dias sonhei com gatos e galinhas
e que minha mãe estava milionária
eu pensava: agora que minha mãe está milionária posso ter muitos gatos
fazia muito sentido. mas havia uma porta e os gatos estavam atrás dela. toda vez que eu tentava pegar um gato, vinha uma galinha.
--
queria jogar no bicho.
mas esses dias meu pai me contou que um camarada dele lá da mooca, que trabalhava com jogo do bicho, sumiu. sumiu pois alguém jogou num bicho e deu grana. o cara, ao invés de pagar o prêmio, simplesmente sumiu.
eu gosto muito dessas coisas bairristas.
que no fundo a vida é meio assim, permeada por provincianidades.
seis horas: ok.
as pálpebras sempre resistem
--
ouço gemidos pela janela
achei que fosse um travesti
depois concluí ser uma mulher
eu não sei o que tem neste quarteirão.
já vi de tudo:
um apartamento pegar fogo;
um fio elétrico se estrebuchar e depois derreter um táxi;
há também uma ratazana noturna que emite sons
sons malucos
e sempre que ela emite esses sons eu vou pra janela
observo-a comendo o lixo da calçada
e fico pensando que a natureza dos ratos é nojenta
a rapidez, o rabo
embora eles não tenham culpa;
num outra noite, ouvi uma menina chorando desesperadamente, loucamente
chorando pra caralho
sentada na calçada
passando mal de tanto chorar
até que uma senhora, preocupada, parou o carro e perguntou se podia levá-la pra casa
era tarde da noite já
fiquei na janela observando, não podia fazer muita coisa
a menina disse que não queria
que alguém de sua família estava a caminho
um segurança se aproximou e pediu que ela ficasse perto dele
já que "a rua é perigosa"
ela o seguiu
chorando
e eu fiz o que melhor sei fazer
que é observar
--
esses dias sonhei com gatos e galinhas
e que minha mãe estava milionária
eu pensava: agora que minha mãe está milionária posso ter muitos gatos
fazia muito sentido. mas havia uma porta e os gatos estavam atrás dela. toda vez que eu tentava pegar um gato, vinha uma galinha.
--
queria jogar no bicho.
mas esses dias meu pai me contou que um camarada dele lá da mooca, que trabalhava com jogo do bicho, sumiu. sumiu pois alguém jogou num bicho e deu grana. o cara, ao invés de pagar o prêmio, simplesmente sumiu.
eu gosto muito dessas coisas bairristas.
que no fundo a vida é meio assim, permeada por provincianidades.
11 julho 2011
04 julho 2011
nobody
bem cansada de ser tão humana
bem casada de ser tão fulana
a moça da fala não tão enobrecedora assim
e "foda-se"? parece que não sei mais mandar alguém ir se foder
um bom "vá se foder"
com a boca cheia
e saborosa
que
meus cabelos nunca foram tão desgrenhadamente enrolados
e, diga-se, livres
a maquiagem sei que é bobeira, mas minha descendência libanesa atrapalha
às vezes penso: será que um dia deixarei de passar corretivo?
a maquiagem corrige as olheiras
mas não corrige a tristeza
que os olhos carregam
não estou triste hoje.
apenas pensando. pensar dói, sabemos.
mas pensar engrandece.
conheço alguns acolhidos no universo-em-ordem
a vida que me livre deste vício horrendo!
por favor - imploro
a impressão é que sempre sofrerei
mas depois de (quantos meses, anos? não sei) um bom tempo
meu violão retornou
posso fazer música!
sofrer com o violão é sofrer menos
tristeza que dá resultado vira música
tristeza produtiva
vânia, o gato era você
o gato era você
você
vânia
after twenty years, who are you?
"nobody"
bem casada de ser tão fulana
a moça da fala não tão enobrecedora assim
e "foda-se"? parece que não sei mais mandar alguém ir se foder
um bom "vá se foder"
com a boca cheia
e saborosa
que
meus cabelos nunca foram tão desgrenhadamente enrolados
e, diga-se, livres
a maquiagem sei que é bobeira, mas minha descendência libanesa atrapalha
às vezes penso: será que um dia deixarei de passar corretivo?
a maquiagem corrige as olheiras
mas não corrige a tristeza
que os olhos carregam
não estou triste hoje.
apenas pensando. pensar dói, sabemos.
mas pensar engrandece.
conheço alguns acolhidos no universo-em-ordem
a vida que me livre deste vício horrendo!
por favor - imploro
a impressão é que sempre sofrerei
mas depois de (quantos meses, anos? não sei) um bom tempo
meu violão retornou
posso fazer música!
sofrer com o violão é sofrer menos
tristeza que dá resultado vira música
tristeza produtiva
vânia, o gato era você
o gato era você
você
vânia
after twenty years, who are you?
"nobody"
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