04 agosto 2011

a serpente

tem dentro de si uma serpente desgovernada cujo corpo, sinuoso, move-se de acordo com o tempo descontruído do bepop que ecoa no ambiente. ergue-se estruturadamente, com a precisão de uma batuta ao ar, quando o maestro rompe o vento, desenhando signos e segredos indecifráveis para o atônito público. seus olhos são feitos de fogo. sua mente, de fogos. é uma boa serpente, mas a crueldade do tempo e a aspereza mundana consumiram parte de sua delicadeza.

o bicho se arrasta, invisível ao olhos dos tolos.